8/10/2006

titulo3

Quando vivia na “santa terrinha” e estava frustrado, passado, deprimido, enfim: fodido, pegava no meu walkman e embrenhava-me no pinhal (lá seria no “pinheiral”) que havia por detrás da casa dos meus pais.
Aí, ouvindo música no máximo, percorria a mata e, poderia até fazê-lo de olhos fechados, tal era o meu conhecimento da mesma.
Assim o meu espírito ficava inundado com aquele cheiro, a minha música e uma imensa solidão. Curiosamente, após isto, tudo parecia melhor.
Outras vezes subia ao telhado da casa (a uma altura de uns sete metros) aí, deitado e, mais uma vez, ouvindo música, observava as estrelas.
Agora encontro-me aqui na capital, mata!? Que é dela? Não me parece que seja boa ideia ir fazer isto para Monsanto (provavelmente sairia de lá ainda mais fodido de que quando entrei e, com o perigo adicional, de o ser no sentido literal da palavra). Mesmo que conseguisse chegar ao telhado do prédio, com tanta luz, as estrelas mal se vêm…
Que faz um gajo nesta terra para se isolar?
Havia sempre uma terceira hipótese que era pegar no velhinho Toyota e ir “assapar” para uma qualquer estrada deserta. Após o conta-quilómetros bater no máximo e meia dúzia de piões depois, as coisas também pareciam melhorar.
Mas, as estradas desta maldita terra, fazem-me lembrar aquelas que eu construía quando jogava “Sim City”: mal a estrada era construída já os carros circulavam por toda ela e a toda a hora.
Assim, nesta cidade, permaneço só, no meio da multidão e sem hipótese alguma de me isolar. Se isto não é ironia não sei o que será.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home